A empresária Simone Salgado e Carmem Ruette, Cônsul da Geórgia, contam suas experiências profissionais.

INTERVIEW

Em uma entrevista com mulheres inspiradoras o Portal Diplomatic descobre dentro das diferenças o ponto de encontro que conecta duas expoentes dentro de suas áreas.

Pergunta – Flavia Mellysse (CEO do Portal Diplomatic) – Simone nos conte um pouquinho pra gente como foi pra você chegar nos Estados Unidos e trabalhar dentro do comércio, você tem o Jumbo também, não é só a FINTEC. Eu tenho acompanhado alguns eventos que você faz conectando brasileiros e gente do mundo todo. Como funciona e qual é o sentimento desses brasileiros em poder ter um pedacinho do seu país nos Estados Unidos assim como a Carmem acabou nos compartilhar aqui, com tanto brilho no olhar, com relação à Geórgia.

Resposta – Simone Salgado (Empresária) – Maravilha Flávia. Bom, eu fui pros Estados Unidos em 1999 e a comunidade brasileira era muito pequenininha. Mas só havia naquela época uma loja brasileira de prestação de serviços e produtos. Então pensei: a nossa comunidade está em pleno crescimento e existe aqui uma oportunidade de trazer comércio voltado para esse público com um atendimento de excelência, assim nasceu a “MADE IN BRASIL”, a primeira loja de serviços brasileiros, quando eu acabava de completar dois anos nos Estados Unidos (EUA). Dando início ao grupo que hoje conta com cinco empresas, na área de educação, financeira, restaurante, supermercado e os eventos, além da Fintec que cresceu junto com a comunidade. Hoje na Pensilvânia somos mais de 36 mil brasileiros e a concentração deles, cerca de 20 mil brasileiros, está no Nortista Filadélfia onde as nossas empresas estão concentradas. Eu vejo essa necessidade do brasileiro de estar perto do Brasil mesmo que em uma outra terra. Perto da comida, perto da língua, perto da cultura, da música… Há duas semanas atrás nós fizemos o Brazilian Day Norte Filadélfia e reunimos em um domingo mais de 4 mil pessoas ali ouvindo  pagode, o rock nacional e comendo as comidas típicas do Brasil. Porque as pessoas querem isso, elas vão para um outro país em busca de uma oportunidade. Geralmente buscando uma melhora financeira.  São pessoas muito simples. A nossa comunidade é formada de pessoas de uma simplicidade enorme, pessoas muito trabalhadoras e pessoas que realmente amam o Brasil. E cada um, pela sua razão, pelo seu propósito, pelo seu sonho, decidiram morar em um outro país. Mas é muito bom! Tenho muito orgulho em poder levar o Brasil pra dentro dos Estados Unidos e ver a comunidade crescendo, se fortalecendo. E aí o Monk Money vem nesse sentido de trazer agora um força financeira para comunidade, para que as pessoas possam fazer suas transações financeiras com mais segurança, que elas possam ter acesso a várias coisas em sua  língua materna, sem medo, de estar assinando um documento errado, de não estar entendendo bem o que está sendo feito ali.  Então essa é a nossa proposta. Ele é forte principalmente no social. De estar dando essa força ao imigrante brasileiro a princípio dentro dos Estados Unidos, mas posteriormente em Portugal e em outros países que estejam abrindo as portas para nosso povo.

Pergunta – Flávia Mellysse – Carmem me conte um pouquinho como você entrou na diplomacia? Como é a história da Carmem? Essa mulher tão linda, tão delicada e que ocupa esse espaço dentro da diplomacia em um ambiente tão masculino.

Resposta – Carmem Ruette (Cônsul da Geórgia) – (…)Eu nasci praticamente numa fazenda de usina de açúcar e morei lá até os meus dez anos. Quando eu vim pra São Paulo eu fiquei vislumbrada com tudo vendo aqueles prédios enormes. Eu vim para estudar, me formei em psicologia, trabalhei dez anos como psicóloga no BCM que era um banco na área de RH, depois eu passei por vários setores, eu fui gerente de marketing da Columbia, trabalhei no World Trade Center, quando construí um empreendimento com o Meliá. Um certo dia o meu pai me chamou e falou: – Olha, você tem que vir trabalhar aqui com seus irmãos. E imediatamente respondi que não iria e que tinha a minha carreira em São Paulo. Em outro momento ele me convenceu a construir uma empresa familiar. Então tive o cuidado de estudar o direito de sucessão e aproveitei para monetizar através de palestras sobre o tema junto a advogados (…). Sempre sonhei em ingressar na carreira diplomática e esse gosto aumentou quando atuei como Diretora Social da ACONBRAS, uma associações de cônsules no Brasil, onde eu realizava eventos beneficentes (…). Foi quando eu disse para mim mesma que seria cônsul. Sou diretora da Lila, fui casada com um Russo durante vinte anos, mas ele faleceu e atualmente sou viúva. Como tinha vasto conhecimento sobre a Geórgia, fui convidada pelo Embaixador, no Ministério de Relações Exteriores, que me indicou para o cargo. Aceitei prontamente o desafio (…).

Pergunta – Flávia Mellysse – É um país transcontinental? 

Resposta Carmem Ruette – Metade da Europa e metade da Ásia. Mas ele está fazendo a lição de casa para entrar na União Europeia.

Flávia Mellysse – Olha só uma mulher fazendo toda essa conexão né? E falando em conexão três mulheres uma na diplomacia, outra no empresariado e a outro nas relações internacionais. Simone, qual foi o maior desafio para hoje você atuar no comando dessas das empresas construindo uma conexão ampla entre Estados Unidos e o Brasil? (…)

Resposta Simone Salgado – Acredito que os desafios fazem parte da nossa vida. Como imigrante eu sou cobrada muito mais do que um cidadão americano e faço jus  para que olhem para mim como uma mulher imigrante aberta a experimentar aprender e superar (…). O brasileiro está lá trabalhando dez, doze horas por dia, seis dias na semana. Com dinheiro no bolso e muitas vezes não se permite várias coisas que o dinheiro pode dar acesso por não se sentir merecedor ou pertencente. Então eu acho que as nossas empresas fazem isso. Ela inclui o imigrante mesmo estando num país tão diferente, que não seja o Brasil. Então acho que o desafio é diário, sabe? Não só o preconceito, o assédio, enfim o desafio de estar numa economia diferente, de ter que aprender mais, do que é óbvio pro outro, não é óbvio pra mim que venho de outra cultura, de outra língua. Com certeza. É, então acho que esse desafio aconteceu muito forte no início, mas hoje eu também continuo me esbarrando em vários preconceitos(…). Nós mulheres, muitas vezes, tendemos até culturalmente levar muitas coisas pro pessoal, acho que eu aprendi muito isso com a cultura americana, então eu aprendi a ser uma pessoa extremamente prática e entender que às vezes o não do outro, não é pra mim, não é pra Simone Salgado, é para aquele projeto ou para aquele momento e não levar tanta dor nas coisas. Então eu acho que eu aprendi a ser mais prática. E os desafios pra mim não que eles não não existam o que não dá medo ou que não acontece. Acontece. Mas do jeito que eu encaro eu acho que é bem diferente Flávia.

Pergunta – Flávia Mellysse – Nossa e isso é incrível, não é Carmen? Poxa é quantos aprendizados duas mulheres tão poderosas uma na diplomacia e Simone pelo Mundo. Simone você está aqui nessa agenda no Brasil, vai receber uma condecoração agora no dia trinta e um no Ministério da Cidadania e também está lançando um livro aqui no Brasil, né? “Gestão com gentileza.” (…). Então, eu quero muito agradecer você, Carmen, por essa oportunidade de compartilhar com a gente, pode ter certeza que essa sua mensagem vai ser levada e eu estou colocando o portal à disposição para divulgar suas missões comerciais, tudo que nós estamos aqui pra apoiar o trabalho do consulado da Geórgia. Simone também Querida, vamos acompanhá-la até o dia trinta e um, está indo pro Vale do Aço também estamos de portas abertas pra vocês, pra sua empresa, pro seu consulado Carmem.”

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